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Arquitetos: Grupo Zegnea
- Área: 892 m²
- Ano: 2012
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Fotografias:João Morgado
Descrição enviada pela equipe de projeto. Existe uma relação umbilical entre o “problema” e a “solução”, sendo que quanto maior o grau de definição e entendimento do problema maior será a capacidade de validar a sua solução. A produção arquitetónica carece desta estrita relação, da procura adequada da resposta face à especificidade da pergunta.
O objetivo passava então por desenvolver um produto, simples, apelativo, confortável, que respondesse às necessidades do mercado, respeitando um modo de “habitar” contemporâneo e que os custos associados à sua execução se ajustassem à realidade.
As Casas Box inserem-se num lote de terreno, no centro da cidade de Guimarães, num contexto urbano pautado por habitações unifamiliares. Apesar da “regra” tipológica ser maioritariamente de cariz residencial, na sua envolvente próxima, expressa-se com grande “autoridade” uma unidade fabril, pesada visualmente, com uma enorme massa e frente construída, que de certa forma “sufoca” a sua área circundante.
A proposta passa então por tentar “coabitar” de forma “passiva” com a volumetria “autoritária” da unidade fabril, procurando que a implantação das 4 habitações anulasse em certa medida a existência deste corpo, voltando-se para a rua de acesso “secundária”.
O programa das habitações é claro. O primeiro nível é definido por este volume permeável que abriga a entrada pedonal e o aparcamento automóvel, a inserção de um pátio promove o afastamento entre o alpendre e a habitação devolvendo a luz ao interior do lote. No interior, a “planta livre” é pontuada pela existência do volume que agrega as zonas de serviços e de comunicação vertical. O nível superior é definido pela zona de dormitórios composta por uma suite e dois quartos com instalação sanitária partilhada.
A simplicidade admitida no tratamento interior é ela própria absorvida e entendida na materialidade exterior, através do recurso a uma volumetria paralelepipédica (caixa), sóbria, pousada de uma forma natural ajustando-se à pendente da rua. As habitações procuram uma força visual na sua própria essência, uma afirmação de lugar e espaço, coabitando.